12/08/2008

Para Ilza

Ilza

Desculpe-me a demora na resposta. Estive longe no fim de semana e distante de um terminal de acesso à Internet. Fiquei muito feliz ao saber que você gostou do presente que enviei.

Desejo que novo ano seja repleto de coisas boas, especialmente de momentos felizes.

Para não ser diferente, faço um outro poema acompanhar a mensagem.

Um grande abraço.

José Antonio Küller


Limite das Águas (Capinan)

Qual o limite das águas
A margem que reprime o rio
O rio que devora a margem
Eu digo então que meus olhos não são olhos, são imagens
E digo então que as imagens não são imagens, mas visagens
E as visagens personagens, pessoas dos olhos, passagens

Qual o limite das águas
Entre a cidade e o campo
Entre a navalha e a carne
Eu digo então que meus olhos não são olhos são imagens
Eu digo então que imagens não são paisagens mas viagens
Entre o que sente e o que sabe qual o limite das águas

Me dê a mão sobre as águas
Vou navegar nos meus ais
Ou nada disso limita o delírio e a razão
Que medo então nos assalta entre a calma e os temporais
Entre o terror e a ternura entre negror e brancura
Entre o espaço e a ave a tempestade e o cais
Talvez no seu coração

Eu digo então que a paixão não é a paixão é meu sangue
A incessante viagem
Eu digo que a luz não é a luz é ofuscante detalhe
Do negror
Eu digo então que cor não é a cor mas a luz
E a luz (já disse) o negror
O outro lado da cor

Qual o limite das águas
Que dificulta o simples
Que malbarata o amor
Qual o limite das águas
Me responda cantador

Um comentário:

blog de natal disse...

Lindo! Lindo!
Adoro Capinan...
Boa semana para você