TECENDO A MANHÃ
João Cabral de Melo Neto
Um galo sozinho não tece uma manhã.
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
11/29/2008
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3 comentários:
Meu amigo!!!!
Adorei o poema...
Para matar minha curiosidade, você está viajando para Cuba?
Beijinhos
Ilza
Estou sim. Estou um pouco cansada e tenho dormido muito. Acho que por isso não tivemos a oportunidade de conversar ainda. Vou procurá-la em sua poltrona em breve. Espere por mim.
Olá meu amigo oculto...
Descanse bastante!!!!
Estou sentada com a Emília... estamos vendo fotos do Rio de Janeiro e de meu alunos ( que por sinal estou morrendo de saudades)
Beijinhos
Ilza
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