11/29/2008


Depois daquela mensagem de gosto duvidoso...metida a engraçadinha

Um pouco de amor, afinal Hoje é Sábado amiga!!

Também gosto muito de Thiago de Melo, por seu modo sem floreios de dizer o que sente...assim deve ser o Amor verdadeiro, só assim ele permanece!


Arte de Amar

Não faço poemas como quem chora,

nem faço versos como quem morre.

Quem teve esse gosto foi o bardo Bandeira

quando muito moço; achava que tinha

os dias contados pela tísica

e até se acanhava de namorar.

Faço poemas como quem faz amor.

É a mesma luta suave e desvairada

enquanto a rosa orvalhada

se vai entreabrindo devagar.

A gente nem se dá conta, até acha bom,

o imenso trabalho que amor dá para fazer.

Perdão, amor não se faz.

Quando muito, se desfaz.

Fazer amor é um dizer

(a metáfora é falaz)

de quem pretende vestir

com roupa austera a beleza

do corpo da primavera.

O verbo exato é foder.

A palavra fica nua

para todo mundo ver

o corpo amante cantando

a glória do seu poder.

(Thiago de Melo)

Um comentário:

Tati Martins disse...

Puxa, que delícia!
Minha amiguinha está mesmo me conhecendo bem.
Obrigada pelo poema.

Digo sempre: "Poeme-se!".

Beijinhos, encantadíssima,

Tati