12/11/2008

José Antonio: Minha amiga é a Lenira

Disse em mensagem rápida aos edublogueiros que fiquei encantado com o presente que recebi de Lenira Barbosa Zandomenico minha ex-amiga secreta, agora apenas amiga. O encantamento decorre de uma séries de fatores, sendo o menos importante deles a minha incapacidade de fazer coisa similar. Ou seja, enviar um presente em que todos os pequenos e significativos detalhes foram pensados com muito cuidado.



O cuidado começou com a caixa que continha o presente e serviu para protegê-lo durante o envio. Como não tinha uma máquina fotográfica disponível, a minha ansiedade impediu que esperasse para fotografar a caixa, como a recebi. Assim não preservei o texto do endereçamento. Mas, observem: a caixa foi toda encapada. Penso que ela foi revestida com papel dobradura ou similar. A cor é importante: amarela.



Segundo um dicionário de simbolos, o amarelo é uma cor quente e progressiva. Assim só a caixa já continha uma mensagem. Segundo Jolande Jacobi, aluna de Jung, a cor amarela - a cor do sol que chega de tão longe e surge das trevas como mensageira da luz - é a cor da intuição, um função psicológica que permite perceber a evolução dos acontecimentos. Aí Lenira já acertou: sou um intuitivo. A cor amarela me agrada. Me lembra os campos de arroz maduro do sítio em que morei na minha infância, em Cordeirópolis, uma pequena cidade do interior do Estado de São Paulo, parecida em tamanho com Baixo Guandu, terra de Lenira.



Dentro da caixa tinha o conteúdo: outra caixa. Fotografei-a de dois ângulos, junto com o texto e o cartão que ela continha. Observem a caixa, obra de artesanato. Notem o laço que muito mais enfeita do que impede o acesso imediato ao conteúdo. No laço, desculpem a pouca habilidade do fotógrafo, percebam o enfeite florido preso por um pequeno prendedor. Ele está ali para dar um toque adicional de beleza, como se a da caixa e a do laço não fossem suficientes, não bastassem...



De novo, o simbolismos das cores é importante. Na caixa predomina o verde. O verde é a cor da natureza, do crescimento. Do ponto de vista psicológico indica a função consciente da sensação, a função que permite a constatação do real. Essa é minha função menos desenvolvida. A caixa contém para mim uma mensagem: preciso no próximo ano me desenvolver nesse sentido.



A fita verde, encobre um pouco o motivo florido em azul. O azul é a cor do céu, do espírito. Representa a função do pensamento. Vou deixar que uma foto posterior mostre a beleza e a delicadeza do desenho. Sinto que transmite a mensagem que o pensamento deve ser menos árido, mais próximo do sensível. Nos cartões ao lado, predomina o vermelho. O vermelho é a cor do sangue, da paixão do sentimento. No conjunto, não predomina. Mas, dá o toque que gera o equilíbrio. Há uma outra mensagem aí. Das cores predominantes, resta o branco: cor da sabedoria. Não é o que transmite o conjunto?




Na foto ao lado, o motivo florido pode ser melhor admirado. Mesmo sendo a própria caixa o presente, ela não veio vazia. Continha mais bombons do que os que estão fotografados. Não pude impedir que uma esposa e filha gulosas comessem alguns antes da foto. Mas, ficaram quatro. É o número das realizações tangíveis. Encaro-o como um outro desejo metafórico, que estava presente e explícito nos textos dos cartões que, por modéstia e pejo, não fotografei.



Dentro da caixa amarela, protegendo a frágil preciosidade feita de madeira, Lenira incluiu vários folhetos sobre sua cidade: Baixo Guandu. A foto da direita documenta dois deles. Vejam que mesmo a proteção do presente estava cheia de sentidos. Vi uma multidão deles. Para não tornar o texto muito longo, deixo como tarefa do leitor imaginá-los.



Por fim, quero dizer que poucas vezes na vida e, em nenhuma brincadeira de amigo secreto, recebi um presente que revelasse tantos cuidados. Fiquei com vergonha do pequeno ou quase nada cuidado com detalhes que tive em relação à apresentação do presente que eu mesmo enviei. Mas, estou aprendendo. Ano que vem tudo será diferente. Obrigado, por isso também, Lenira!

Um comentário:

Alfabetização em Foco disse...

Quando eu digo que José Antonio é o amigo secreto mais galante dessa brincadeira, voces não acreditam.

José Antonio, mais uma aula! Quanta coisa aprendi com esses comentários.

Que bom que voce gostou amigo! É a primeira vez que participo de um amigo X assim, e dei a sorte de tirar uma pessoa assim, tipo José Antonio.

Adorei a postagem.

Abraços...

Lenira